Hotel de Apartamentos na Padaria






Como emoldurar o pombalino?
O princípio fundador do projecto nasce da compatibilização de dois factores, enaltecer e elevar a experiência do património pombalino e garantir o conforto e contemporaneidade da hotelaria actual.
Uma colagem em que uma linguagem arquitectónica contemporânea, depurada e abstracta é explicitamente justaposta à linguagem pombalina. Uma emoldura a outra, e o contraste entre as duas serve para se valorizarem mutuamente.
Elegem-se áreas base que serão recuperadas de forma a conservar os elementos construtivos originais e parte da sua patine natural. Sobre estas áreas criam-se núcleos novos, construídos de raiz, afirmativamente contemporâneos, quer pela sua forma e desenho, quer pela sua materialidade. Potenciam-se assim novas situações espaciais, híbridas e inesperadas.

PLANTA PISO 0
- sala
- cozinha
- i.s.
- hall
- loja
- saguão

SOBRELOJA
- sala
- kitchenette
- quarto
- i.s.
- saguão

PLANTA PISO 1
- sala
- kitchenette
- quarto
- i.s.
- closet
- hall
- saguão
O projecto tem como objectivo a reabilitação de um prédio pombalino para ser adaptado a hotel de apartamentos. Pretende-se assim um edifício dividido em pequenos apartamentos para aluguer de curta duração, destinados sobretudo a turistas.
Layout de apartamentos – na distribuição dos apartamentos procura-se aproveitar, sempre que possível, a estrutura resistente original, também ela considerada património. Consequentemente mantém-se o esquema de circulação original, pré-modernista, sem corredores de distribuição, com portas de interligação entre compartimentos, de forma a maximizar a área útil. Torna-se fundamental o princípio definido à partida de criar núcleos novos, construídos de raiz, afirmativamente contemporâneos que respondem assim às áreas de maior exigência funcional, como cozinhas e casas de banho.
Sobreloja – propõe-se utilizar este piso em conjunto com o R/C ou 1ºandar de forma a constituir 3 apartamentos duplex que minimizam as zonas de pé direito baixo através de duplos pés-direitos.
Elevador – coloca-se como pivot entre a entrada do prédio e a distribuição dos apartamentos, diminuindo assim a área de circulação comum e preservando os espaços existentes, nomeadamente a têmpora pintada no tecto da sala do piso 2. A sua posição pressupõe desviar um primeiro troço de escada de acesso à cave.
Loja – propõe-se manter o espaço de gaveto como loja, mais especificamente restaurante – café, acreditando que sua posição e visibilidade quer da rua de São Julião, quer da subida para a Sé, fazem dela um espaço viável do ponto de vista comercial. Esta opção relaciona-se também com a posição do elevador e redesenho da escada de ligação à cave. Através de um vão entre o espaço de entrada e a loja, esta escada permite várias utilizações: em exclusividade do prédio ou da loja, ou em conjunto.
Cave – a versatilidade do acesso a esta amplia as possibilidades da sua ocupação. Apresentam-se como sugestões servir de espaço complementar à loja ou como área de apoio ao funcionamento dos apartamentos, para arrecadação, áreas técnicas e/ou cacifos para bagagem. Uma possibilidade mais recreativa é a sua ocupação com ginásio exclusivo aos utilizadores do prédio.
Materiais e soluções construtivas – Neste âmbito reafirma-se o valor e versatilidade do conceito de “collage”, onde se elegem áreas base que serão recuperadas de forma a conservar os seus elementos construtivos originais. Esta solução permite recuperar elementos originais como portas, janelas, portadas ou azulejos, propondo-se inclusivamente a sua deslocação para as zonas específicas que se pretende caracterizar.
Localização Lisboa, Portugal
Data 2013
Cliente Privado
Programa Concurso privado para reabilitação e re-divisão de prédio pombalino para hotel de apartamentos
Área 1050 m2
Arquitectura Aurora Arquitectos
Equipa de Arquitectura Sérgio Antunes, Sofia Reis Couto, Teresa Rodrigues